Sífilis no município de Rio de Janeiro


Apresentação

Este boletim foi elaborado em conjunto pelo Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE) da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) e Área Técnica da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e Doenças Sexualmente Transmissíveis da Coordenação das Linhas de Cuidado das Doenças Crônicas Transmissíveis da Superintendência de Atenção Primária (SAP), ambos da Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde (SUBPAV) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio). Esta edição do boletim epidemiológico é em formato eletrônico e interativo. A sífilis adquirida, a sífilis em gestante e a sífilis congênita fazem parte da lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública (Portaria GM/MS No.6.734, de 18 de março de 2025). A notificação de todos os casos é obrigatória e deve ser acompanhada do preenchimento completo de todas as informações, garantindo a qualidade dos dados e a efetividade da vigilância. O panorama epidemiológico da sífilis no MRJ reúne informações sobre os casos no período de 2012 a dezembro de 2024. Apresenta, também, os dados operacionais ligados à organização da atenção, acesso ao diagnóstico, tratamento e demais ações no enfrentamento da doença no MRJ. Este boletim reafirma o compromisso da SMS-Rio nas ações de controle e prevenção da sífilis.


1. Panorama epidemiológico

Os dados de sífilis são atualizados semanalmente e podem ser consultados no Observatório Epidemiológico da Cidade do Rio de Janeiro (EpiRio), disponível no endereço https://svs.rio.br/epirio .


A vigilância dos casos de sífilis na gestação e congênita tem grande importância na redução de óbitos fetais e infantis e, também, de sequelas nas crianças acometidas pela transmissão vertical. Entretanto, é importante ressaltar que o diagnóstico e o tratamento adequado dos casos de sífilis adquirida devem ser igualmente levados em consideração, visando à interrupção da cadeia de transmissão em pessoas gestantes, suas parcerias, crianças expostas ou casos confirmados de sífilis congênita. Entre 2023 e 2024, observa-se um aumento expressivo na taxa de detecção de sífilis adquirida, atingindo seu maior pico da série histórica. Esse crescimento pode refletir uma intensificação das ações de vigilância e testagem na população em geral. Em paralelo, a taxa de detecção em gestantes também aumentou, o que pode indicar maior acesso ao diagnóstico e acompanhamento no pré-natal. Já a taxa de sífilis congênita segue em tendência de diminuição, o que pode ser reflexo não apenas do aumento das ações de detecção na população em geral e nas gestantes, mas também do fortalecimento do acompanhamento e do tratamento adequado dos casos, impactando diretamente na interrupção da transmissão vertical.


Taxas de detecção/incidência de sífilis adquirida, gestacional e congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.



1.1. Sífilis adquirida

Na maioria das vezes a sífilis não apresenta sintomas, por isso é muito importante a testagem e o tratamento da doença. A penicilina é o medicamento de escolha para todas as apresentações da sífilis e a avaliação clínica do caso indicará o melhor esquema terapêutico. Todos os casos de sífilis devem ser notificados, e o tempo oportuno para a notificação é de até sete dias. A taxa de detecção de sífilis adquirida desde 2016 apresenta um crescimento consistente, alcançando o pico histórico de 200 casos por 100 mil habitantes em 2024. As Áreas de Planejamento (AP) da cidade acompanham essa mesma tendência, contudo a AP 1.0, região do centro, destaca-se com uma taxa mais elevada, próxima de 600 casos por 100 mil habitantes. A análise do perfil demográfico dos casos de sífilis adquirida no Município do Rio de Janeiro mostra que, ao longo do tempo, houve um predomínio de casos no sexo masculino, principalmente em indivíduos de 20 a 39 anos. Observa-se um aumento na proporção de pessoas pretas e pardas entre os casos notificados. Em relação à escolaridade o número de casos com escolaridade ignorada, apesar da redução nos últimos anos, ainda permanece alto e, dentre os informados, há predominância de baixa escolaridade.


Taxa de detecção de sífilis adquirida por 100.000 habitantes por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Número de casos de sífilis adquirida por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Ano AP 1.0 AP 2.1 AP 2.2 AP 3.1 AP 3.2 AP 3.3 AP 4.0 AP 5.1 AP 5.2 AP 5.3 MRJ
2012 98 80 42 115 131 165 206 75 115 42 1081
2013 136 124 56 266 231 225 221 151 180 100 1712
2014 213 129 38 190 170 241 179 193 267 121 1748
2015 244 148 47 167 252 266 262 415 461 141 2413
2016 351 301 79 417 448 369 494 514 799 186 3972
2017 598 837 146 242 729 877 1242 681 979 128 6494
2018 583 907 193 217 705 878 1539 822 1058 224 7354
2019 562 773 242 543 703 1042 1438 763 1127 297 7608
2020 729 631 371 742 702 1119 1782 726 1207 247 8512
2021 985 1199 396 1876 741 1255 1935 894 1532 289 11347
2022 1577 1097 582 2055 828 1527 1836 2011 1726 904 14695
2023 1319 1126 494 1644 854 1318 1750 1447 1404 963 13773
2024 1747 1475 736 1869 1492 1492 1984 1338 1783 1129 16733
2025 601 536 281 580 473 621 660 307 609 406 5661
a Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados de 2024 até o mês de outubro.


Taxa de detecção de sífilis adquirida por 100.000 habitantes por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição de sexo (A), faixa etária (B), raça/cor (C) e escolaridade (D) dos casos de sífilis adquirida por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


1.2. Sífilis na gestação

O rastreamento da sífilis na gestação deve ser realizado na primeira consulta de pré-natal, para que o diagnóstico precoce possibilite tratamento em tempo oportuno e evite a transmissão vertical da sífilis para o feto e suas complicações. Todos os casos de sífilis gestacional devem ser adequadamente tratados com penicilina benzatina e notificados. Na série histórica, observa-se um aumento contínuo da taxa de detecção de sífilis em gestantes a partir de 2016. Esse crescimento apresenta uma desaceleração a partir de 2020, porém, em 2024, verifica-se o retorno da tendência de aumento. Todas as Áreas Programáticas registraram elevação da taxa de detecção de sífilis em gestante nos últimos anos, com destaque para as AP 5.2 e 3.1 que apresentaram, em 2024, taxas de detecção superiores a 150 casos por 1000 nascidos vivos. A análise dos casos de sífilis em gestantes revela predominância da faixa etária de 20 a 34 anos. Em relação à raça/cor, destaca-se o crescimento contínuo da proporção de mulheres pardas e pretas entre os casos notificados. Quanto à escolaridade, nota-se uma redução dos casos com menos de 8 anos de estudo e aumento dos registros com escolaridade de 8 a 11 anos, além de redução da proporção de dados ignorados nos últimos anos.


Taxa de detecção de sífilis em gestante por 1.000 nascidos vivos por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Taxa de detecção de sífilis em gestante por 1.000 nascidos vivos por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Número de casos de sífilis em gestantes por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Ano AP 1.0 AP 2.1 AP 2.2 AP 3.1 AP 3.2 AP 3.3 AP 4.0 AP 5.1 AP 5.2 AP 5.3 MRJ
2012 173 70 36 308 238 363 299 236 133 53 1917
2013 153 56 63 369 235 439 227 245 171 187 2152
2014 225 99 68 450 187 402 309 289 348 191 2572
2015 247 76 71 468 241 496 391 377 435 326 3132
2016 190 123 77 526 290 443 521 441 411 369 3399
2017 249 164 60 721 413 750 681 569 564 486 4679
2018 238 142 84 724 409 822 786 681 574 496 4978
2019 280 151 77 624 326 730 774 624 540 451 4605
2020 342 175 150 1028 577 1058 1015 1040 771 696 6891
2021 299 229 105 1009 504 1061 946 792 862 671 6510
2022 353 209 141 1037 542 1174 895 817 847 755 6809
2023 316 210 101 946 484 878 849 771 701 577 5864
2024 354 213 136 1107 458 944 967 845 853 678 6592
a Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição da faixa etária (A), raça/cor (B) e escolaridade (C) dos casos de sífilis em gestante por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Classificação clínica e tratamento

O tratamento da sífilis em pessoa gestante deve ser realizado com benzilpenicilina benzatina e de acordo com a classificação clínica no momento do diagnóstico. Cabe ressaltar que a penicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para o tratamento das pessoas gestantes. Qualquer outro tratamento é considerado como não adequado. O intervalo ideal entre as doses deve ser de sete dias, podendo chegar, no máximo, a nove dias, e esse intervalo também deve ser respeitado nas doses subsequentes (quando indicadas). Quando o prazo de nove dias for ultrapassado no esquema prescrito, é necessário reiniciar o tratamento, conforme as notas técnicas do Ministério da Saúde e da SMS-Rio de 2023. Quanto à classificação clínica dos casos de sífilis em gestantes residentes no município do Rio de Janeiro, desde 2017 registra-se aumento de sífilis latente e redução de sífilis terciária. Esta tendência também é observada em todas as AP. A cidade vem apresentando elevada proporção de tratamentos para sífilis gestacional prescritos adequadamente, mantendo-se acima de 95% desde 2023. Dentre as AP, destacam-se a AP 2.1, AP 3.1, AP 3.3, AP 4.0, AP 5.2 e AP 5.3 com resultados acima de 95%. O tratamento da parceria sexual nos casos de sífilis em gestante permanece como um importante desafio para o enfrentamento da doença, uma vez que quando não identificada e/ou tratada não se interrompe a cadeia de transmissão da doença.


Distribuição proporcional da classificação clínica da sífilis em gestante por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição proporcional da classificação clínica da sífilis em gestante por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição proporcional do tratamento prescrito adequadamente para sífilis gestacional por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição proporcional do tratamento prescrito adequadamente para sífilis gestacional por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição proporcional do tratamento da parceria do caso de sífilis em gestante por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição proporcional do tratamento das parcerias do caso de sífilis em gestante por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição dos motivos de não tratamento da parceria do caso de sífilis em pessoa gestante por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição dos motivos de não tratamento da parceria do caso de sífilis em gestante por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


1.3. Sífilis congênita

A transmissão da pessoa gestante para o concepto ocorre em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna e pode resultar em aborto, natimorto, prematuridade ou um amplo espectro de manifestações clínicas. Portanto, a sífilis congênita deve ser prevenida, por meio do rastreamento e do tratamento da sífilis no pré-natal. Em relação a taxa de incidência de sífilis congênita, desde 2022 a cidade apresenta redução e no último ano da série registrou 13,8 casos por 1000 nascidos vivos, segundo melhor resultado obtido durante o período o que pode refletir o investimento da cidade nas ações de assistência pré-natal adequada, captação precoce e acesso a testagem. É possível observar o impacto da diminuição da taxa de incidência de sífilis congênita na distribuição espacial entre os anos de 2023 e 2024. Embora ainda se identifiquem áreas com alta concentração de casos, o mapa de 2024 evidencia uma suavização dessas concentrações em todas as áreas programáticas, sugerindo um avanço no enfrentamento da transmissão vertical da doença no município do Rio de Janeiro. O gráfico da razão entre os casos de sífilis congênita e os casos de sífilis em gestantes apresenta, em 2024, a menor razão de toda a série histórica, indicando que, a cada 100 gestantes com sífilis notificadas, apenas cerca de 12 evoluíram para casos de sífilis congênita. Essa redução expressiva reforça os avanços nas ações de prevenção da transmissão vertical. Um marco importante nesse processo foi a implementação, a partir de 2016, de ferramentas específicas para qualificação das notificações no município, que contribuíram significativamente para o aprimoramento da vigilância dos casos. Quando comparadas as características sociodemográficas segundo faixa etária, raça/cor e escolaridade das mães dos casos de sífilis congênita por ano com os registros das gestantes com sífilis, percebe-se que o perfil é semelhante em toda a série histórica analisada. A maior proporção é composta por mulheres na faixa etária entre 20 e 34 anos, que se autodeclaram pretas ou pardas e com grau de escolaridade entre menor que 8 anos e 8 a 11 anos de estudo. Observa-se ainda uma parcela significativa dos registros com informação sobre escolaridade ignorada, limitando a análise deste perfil. Sobre a realização de pré-natal das mães de casos de sífilis congênita, verifica-se a adesão em mais de 85% dos casos e quando analisados por AP de residência é possível identificar que algumas áreas apresentam menores proporções como a AP 4.0 e 5.3. Em relação ao tratamento materno nos casos de sífilis congênita, observa-se uma proporção extremamente baixa de tratamento adequado, evidenciando a importância desse fator na persistência da transmissão vertical. Desde 2022, apenas 5,7% das mães receberam tratamento considerado adequado, refletindo possíveis falhas na prevenção da forma congênita da doença. Quanto a classificação final dos casos de sífilis congênita, no último ano, 90,3% dos casos foram classificados como sífilis congênita recente, 7,2% aborto, 2,3% natimorto e 0,2% sífilis congênita tardia. Esse perfil reforça a importância do diagnóstico e tratamento precoces e adequados durante a gestação, visando evitar desfechos desfavoráveis e a transmissão vertical da infecção.


Taxa de incidência de sífilis congênita em menores de 1 ano por 1.000 nascidos vivos por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Número de casos de sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


É possível observar o impacto da diminuição da taxa de incidência de sífilis congênita na distribuição espacial entre os anos de 2023 e 2024. Embora ainda se identifiquem áreas com alta concentração de casos, o mapa de 2024 evidencia uma suavização dessas concentrações em todas as áreas programáticas, sugerindo um avanço no enfrentamento da transmissão vertical da doença no município do Rio de Janeiro.


Distribuição espacial da concentração de casos de sífilis congênita, MRJ, 2023


Distribuição espacial da concentração de casos de sífilis congênita, MRJ, 2024


Número total de casos de sífilis congênita por AP e ano, MRJ, 2012-2024.

Nesta tabela estão incluídos os abortos, os natimortos e os casos de SC precoce e tardia.

Ano AP 1.0 AP 2.1 AP 2.2 AP 3.1 AP 3.2 AP 3.3 AP 4.0 AP 5.1 AP 5.2 AP 5.3 MRJ
2012 148 44 16 271 145 240 149 154 136 93 1599
2013 114 43 18 261 107 253 121 187 160 188 1594
2014 74 53 32 218 88 269 169 167 159 234 1592
2015 118 52 28 252 58 305 199 200 155 149 1618
2016 118 36 41 227 109 318 168 134 152 60 1470
2017 93 51 27 195 128 186 179 176 234 42 1419
2018 70 48 21 157 72 226 183 173 93 41 1180
2019 114 56 31 154 68 159 108 210 98 34 1140
2020 143 62 40 166 105 229 133 265 77 47 1406
2021 92 47 38 205 112 244 142 182 100 59 1351
2022 106 52 37 206 104 256 147 216 72 24 1361
2023 79 22 25 181 84 239 108 171 80 35 1112
2024 84 16 26 147 38 168 71 162 50 25 880
a Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


O gráfico da razão entre os casos de sífilis congênita e os casos de sífilis em gestantes apresenta, em 2024, a menor razão de toda a série histórica, indicando que, a cada 100 gestantes com sífilis notificadas, apenas cerca de 12 evoluíram para casos de sífilis congênita. Essa redução expressiva reforça os avanços nas ações de prevenção da transmissão vertical. Um marco importante nesse processo foi a implementação, a partir de 2016, de ferramentas específicas para qualificação das notificações no município, que contribuíram significativamente para o aprimoramento da vigilância.


Razão de casos de sífilis congênita em relação ao total de casos de sífilis em gestantes, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição da faixa etária (A), raça/cor (B) e escolaridade (C) materna dos casos de sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Realização de pré-natal e tratamento

Realização de pré-natal pelas mães de casos de sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Realização de pré-natal pelas mães de casos de sífilis congênita por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Adequação do tratamento de pessoas que gestaram os casos de sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Adequação do tratamento de pessoas que gestaram os casos de sífilis congênita por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Classificação final dos casos de sífilis congênita

Distribuição da classificação final dos casos de sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Distribuição da classificação final dos casos de sífilis congênita por AP e ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SINAN, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Mortalidade infantil por sífilis congênita

Taxa de mortalidade infantil específica por sífilis congênita por ano, MRJ, 2012-2024

Fonte: SIM, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Número de óbitos por sífilis congênita por AP e ano, MRJ, 2012-2024
Ano do óbito AP 1.0 AP 2.1 AP 2.2 AP 3.1 AP 3.2 AP 3.3 AP 4.0 AP 5.1 AP 5.2 AP 5.3 MRJ
2012 3 1 8 1 5 2 4 2 1
27
2013 2 1 2 3 7 2 2 1 3
23
2014
1 1 5 4 1 1 1 1 15
2015 2 1 3 4 4 1 3 4 2
24
2016 1
1 1 3 3
3
12
2017
3 3 4 3
3 3
19
2018
1 5 2 2 1
11
2019
2 2 1 1
2
9
2020
4
6 1 3 6
1 21
2021
1
1 2 2 2 3 1 12
2022 1 1 1
1 1 1 2 1
9
2023
1
1
2 1 2 1
8
2024 1 1
1
1
4
a Fonte: SIM, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


1.4. Testagem rápida para sífilis

A rede da APS no MRJ possui grande capilaridade no território, com 240 UAP ofertando teste rápido para diagnóstico de sífilis à população em geral, com a finalidade de diagnosticar precocemente, tratar oportunamente e diminuir a transmissão deste agravo. Os testes também estão disponíveis em maternidades, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e unidades da rede de urgência e emergência municipal, favorecendo o diagnóstico. Os testes laboratoriais não treponêmicos para confirmação diagnóstica e de acompanhamento também estão contemplados para a rede. Desde dezembro de 2023 a cidade permanece com alta testagem, comparada ao período de início do monitoramento, com cerca de 40.000 testes rápidos para sífilis realizados por mês. Outro ponto que merece destaque é que, apesar do aumento da testagem nos últimos anos, a positividade apresenta redução para menos de 10% desde o início de 2023. Quanto à testagem em gestantes houve aumento em 2024.


Total de testes rápidos para sífilis realizados por mês e ano, MRJ, 2016-2024

Fonte: SISLOGLAB, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Total de testes rápidos para sífilis realizados em pessoas gestantes e puérperas por mês e ano, MRJ, 2016-2024

Fonte: SISLOGLAB, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


Positividade geral de testes rápidos para sífilis realizados por mês e ano, MRJ, 2016-2024

Fonte: SISLOGLAB, SMS-RJ. Dados sujeitos a alterações.


2. Considerações finais

O cenário da sífilis no MRJ mantém-se como um problema de saúde pública importante. Os elevados números de detecção de sífilis em gestante e adquirida pedem ações de controle como a detecção precoce da doença, tratamento adequado do portador e rastreamento de parcerias, a fim de interromper a cadeia de transmissão e, por conseguinte, reduzir a morbimortalidade, especialmente em crianças. A sífilis congênita é um marcador importante que sinaliza a necessidade de revisar os processos de assistência à população. É necessário avançar na prevenção combinada, abordando promoção, prevenção, tratamento de forma concomitante e intersetorial. Nesse contexto, destaca-se a importância do papel da APS como coordenadora do cuidado e principal porta de entrada da rede de atenção à saúde para uma assistência centrada na pessoa e na comunidade, com viabilidade e oportunidade para fazer a diferença no cenário da sífilis no território e, consequentemente, impactar no controle da doença. Espera-se que este boletim possa contribuir para o fortalecimento e a avaliação das políticas e ações públicas em saúde, bem como sensibilizar para melhores práticas de cuidado visando o controle da sífilis no MRJ.


Relatório produzido pelo CIE - Centro de Inteligência Epidemiológica em 05/06/2025

Dados sujeitos a alterações.
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Não permitida a reprodução.